sexta-feira, 25 de março de 2011

25 Anos do Oceano pacifico


Oceano Pacífico" faz 25 anos
15 | 10 | 2009 08.47H
Faz hoje 25 anos que estreava o Oceano Pacífico da RFM. Marcos André foi a voz que se ouviu naquele que é um dos mais antigos programas de rádio portuguesa. Depois veio o João Chaves, que ouvimos até hoje. Não sou desse tempo, mas sou de outros. O que não é de espantar já que a inconfundível calma do João e as músicas extraordinárias do Oceano atravessam gerações. Muitos estudaram noite dentro, muitos namoraram e depois casaram com a RFM by night. Porque continuamos anos e anos seguidores de tudo isto?

Talvez porque se atinge um estado de alma que nos agrada, descontrai e faz felizes. E explicar mais do que isto é impossível. Continue por muitos e bons anos. Amanhã comemoramos com mais intensidade a data.

Na Pousada de Sta Marinha, em Guimarães o João Chaves é o anfitrião de mais uma noite intimista. O Miguel Gameiro (Pólo Norte) junta-se à festa. Se puder aparecer, lá o esperamos para apagar as velas. E domingo, o Cruzeiro do Oceano parte pelos mares. Mais uma viagem, depois de tantas que fazemos sem sair do lugar.

(Crónica de Joana Cruz)
Crónica de Joana Cruz - Destak

domingo, 20 de março de 2011

Tecnologias são mais-valia para quem trabalha na rádio

Ele entra no Estúdio 1da RFM (no edifício da Renascença, em Lisboa) com o à-vontade de quem era capaz de fazer o que faz de olhos fechados. Senta-se à frente do microfone e dos computadores com a naturalidade nascida dos 20 anos de prática a fazer o Oceano Pacífico. Recolhe-se e deixa-se perder. Só ele e a sua música calma, de domingo a sexta-feira, das 22.00 às duas da manhã.

João Chaves tem o jeito, a técnica, o segredo. Cresce no ar a cada dia que passa e abraça as novas tecnologias como uma mais-valia para a sua profissão. "Gosto de fazer a minha caminhada andando para a frente, nunca para trás", explica ao DN "a voz" que, ano após ano, se foi transformando em sinónimo das noites na RFM.

Por isso mesmo, nunca se revoltou contra as mudanças que revolucionaram a rádio ao longo do tempo. Acarinhou-as, em vez disso. Mimou-as. Usou-as para aprender um pouco mais e para dar novo impulso à sua forma muito particular de mergulhar de cabeça no Oceano Pacífico.

"Antigamente, entrava no estúdio e limitava-me a cruzar discos. Nada, na maneira de fazer as coisas, me dava grande margem de manobra", recorda João Chaves, para quem o digital "veio revolucionar, sem margem para dúvidas, o sistema radiofónico" do País. O que mudou, entretanto?

"Tudo", garante o veterano, a resposta rápida de quem já passou por várias etapas e sabe ser esta a melhor. "Hoje é o locutor que dá a voz aos noticiários, que escolhe e corta os alinhamentos à sua maneira, que garante que o programa sai certinho. Temos muito mais responsabilidades em todo o processo, é certo, mas isso é óptimo! Gosto ainda mais de fazer rádio agora do que antes, se é que tal é possível."

E João Chaves sabe do que fala. não é à toa que a sua forma de passar música e de viver a rádio atravessou gerações de ouvintes. Conhece os meandros da técnica como as suas próprias mãos. Maneja-a com mais e mais destreza à medida que os anos passam. As três revoluções tecnológicas por que passou contribuíram largamente para que isso acontecesse. "Três grandes revoluções" - como gosta de lembrar - que mudaram a história e ditaram as novas regras do jogo.

"Assisti à passagem do vinil para o CD e essa época, para mim, ficou marcada pelos comentários de que a rádio ia acabar ali mesmo, que não havia hipótese de fuga, que era o fim." Acontecia o primeiro momento de viragem decisivo. "Depois, o CD deu lugar aos computadores e novamente ficou a pairar no ar a ideia do 'Agora é que é! Aqui termina tudo' ", prossegue João Chaves, referindo-se à segunda etapa e à nova viragem que daí resultou. "E eis que o computador acabou, finalmente, por dar lugar às cabinas auto-operadas e o locutor passou a ter uma importância nunca vista, sobrepondo-se aos técnicos de som." Até hoje.

Por maioria de razões, dizer que o trabalho se tornou ainda mais aliciante a partir daí é pouco, fica aquém da realidade. "É verdade que tenho muito mais que fazer agora, a carga está bem mais pesada no que diz respeito a tarefas e a responsabilidades. Mas o prazer também aumentou na mesma proporção", justifica o profissional, que nem por um momento pensa em disfarçar o entusiasmo que o move. "Gosto verdadeiramente do que faço. Adoro esta profissão!"

Não é de estranhar, portanto, que a resposta seja só uma - e chegue rápida - quando alguém lhe pergunta qual a fórmula que tem garantido o sucesso do Oceano Pacífico ao longo de mais de duas décadas "O gozo." O segredo de tudo está no prazer que tem no simples facto de estar em estúdio a brincar com o som, a seguir o estado de espírito do momento. A fazer o Oceano Pacífico "com a certeza de que os ouvintes estão a gostar tanto das minhas músicas quanto eu. É uma sensação única, não trocava isto por nada."

Nem precisa, sobretudo porque as coisas resultam bem há 21 anos. É tudo uma questão de jeito e de prática. "E de saber tirar partido das novas tecnologias, de modo a conseguir passar a melhor imagem sonora lá para casa." O computador permite-lhe corrigir um ou outro erro, ter a certeza de que os alinhamentos resultam no melhor timming e ser parte activa em todo o processo - que gere sem a interferências de terceiros, ao seu próprio ritmo. "As noites da RFM não mudaram muito, a forma de fazer as coisas sim. E ainda bem! Porque cresço em cada programa."

Ana Pago/ DN, 01/03/2005

quinta-feira, 10 de março de 2011

Entrevista a João Chaves

A coordenar um dos programas de rádio mais antigos do país o “Oceano Pacífico”, João Chaves aceitou o desafio de responder às perguntas do MaisMinho. Um dos locutores de rádio mais badalados do país conta os segredos dos bastidores que o têm levado ao sucesso.

MaisMinho - Como é para si apresentar um programa de rádio como o "Oceano Pacifico"?
João Chaves - Para mim é uma enorme satisfação apresentar um programa deste género, pois adoro a minha profissão e consegui fazer um programa com sucesso ao longo deste tempo todo, isso para mim é uma grande alegria e sinto-me bem tanto pessoalmente como profissionalmente.

MM - Qual o segredo para a longevidade deste programa que está no ar há 25 anos, praticamente todos os dias da semana com a voz do João Chaves?
JC - Não é segredo nenhum, tudo tem a ver com o horário que é transmitido e a música calma e relaxante, e depois o empenho e a vontade que deixamos no programa, isso é que faz com que o sucesso do “Oceano Pacífico” persista.

MM – O que o “Oceano Pacífico” e o João Chaves tentam oferecer ao longo de quatro horas aos ouvintes da RFM?
JC - Tento oferecer 4 horas de rádio com uma selecção rigorosa de música calma que se pode adaptar a todas as situações, no fundo tento ser a companhia da noite para muitos ouvintes, é isso que lhe tento oferecer durante o tempo de programa.

MM – Acha que as rádios nacionais passam música suficiente para a sua divulgação?
JC - Acho que sim, pois com a lei de percentagens de música portuguesa, acho que se coloca no ar a suficiente, basta cumpri-la, assim poderemos divulgar mais e melhor aquilo que a música nacional tem de melhor.

MM – Que conceito tem acerca da música portuguesa?
JC - Acho que a música portuguesa é importante pois fala a nossa língua, mas as estações de rádio têm os seus ouvintes alvo e tocam a música que mais se ajusta á programação.

MM – Como vê a evolução da música ao longo destes 25 anos no seu percurso de rádio?
JC - Acho que evoluiu muito, a música moderna está a sofrer uma grande mudança, estamos a entrar numa nova fase, que vai demorar tempo a habituarmo-nos, mas lembro-me que quando era miúdo e apareceram os Beatles e outros, quase que não nos deixavam ouvir pois a geração da altura estava habituada a outro tipo de música e hoje o que se houve mais nas rádios é precisamente músicas dos anos 80 e 90.

“As estações de rádio têm os seus ouvintes alvo e tocam a música que mais se ajusta á programação”

MM – É fácil fazer rádio? Ninguém nos vê mas temos de entrar na mentem, no coração das pessoas como faz isso?
JC - Eu acho fácil, pois faço rádio para mim, eu sou o ouvinte mais exigente, mas depois tenho a sorte de os outros ouvintes terem o mesmo gosto que eu.

MM – Como surgiu o nome do programa de rádio “Oceano Pacífico”?
JC - Foi Jaime Fernandes, o director de programas da altura que deu esse nome ao programa do horário da noite, daí eu, quando o comecei a fazer achar que um programa só de baladas era o adequado, pois à noite todos precisavam de música que transmitisse uma certa paz e sossego, e já lá vão 25 anos.

MM - Num programa como "Oceano Pacifico" e sabendo que o João Chaves ama aquilo que faz alguma vez em algum momento pensou em desistir?
JC - Nunca tal me passou pela cabeça, eu gosto de fazer rádio independentemente do programa, e gosto do Oceano Pacifico, já lhe dediquei muito da minha vida para mudar.

MM – Qual foi a maior prenda que recebeu do seu “Oceano Pacífico” ao longo destes 25 anos?
JC - Os meus ouvintes, são muito fieis, tenho muitos que me acompanham desde o inicio, outros que apareceram depois, são sem duvida a melhor prenda, e por isso aqui estou todos os dias para lhes agradecer.

Vítor Aleixo, 11/05/2010
http://www.maisminho.pt/2010/05/entrevista-joao-chaves-locutor-da-rfm.html