terça-feira, 17 de maio de 2011

Oceano Pacífico na onda há 25 anos

Gente solitária à procura de música romântica? Ou, antes, a sintonia perfeita entre a voz e a rádio? Opiniões à parte, o Oceano Pacífico é escutado por milhares e festeja 25 anos. João Chaves dá a voz e embala as "noites calmas" da RFM.

"Parece ter sido ontem que tudo começou", diz João Chaves, apresentador do Oceano Pacífico, há 25 anos nas ondas da RFM, dantes feito de sons vertidos em vinil, LP em 45 rotações, com músicas mil vezes repetidas dos Moody Blues (lembram-se de "Nights in White Satin"?) Procol Harum, Animals, Percy Seledge e agora, com CD, sons digitais e tecnologias do outro mundo.

Os tempos mudaram e pese embora a Internet, mensagens mais ou menos inúteis de Twitters e Facebook, milhares de ouvintes não dispensam diariamente (das 22 às 2 horas da madrugada) a emissão feita de calmarias e de muitas músicas românticas.

Que segredos existem para manter o formato do programa há 25 anos? "Não há segredos, muito menos mistérios, antes, uma boa sintonia entre a maneira de falar e a música", revelou o autor, sem antes, referir o facto dos textos sempre breves e alusivos à vida das pessoas avivarem memórias, recordações antigas. "O programa continua a ter milhares de ouvintes fiéis e com eles mantenho uma relação especial. Alguns deles começarem a namorar ao som da rádio e, depois, casaram. Tal e qual como no cinema e nos filmes de Hollwyood".

Nostalgias à parte, João Chaves acredita que o programa tem futuro e admite que, daqui a 25 anos, outras noites tranquilas do Oceano Pacífico possam merecer atenções, fidelidades. "Não sei muito bem o que vai acontecer. Sei uma coisa: continuo a fazer o programa como se fosse a primeira vez. Gosto do que faço. A rede de ouvintes alargou-se e tenho uma boa sintonia com eles. Na web rádio temos mais de 300 mil visitas. É muita gente a partilhar comigo o significado da música romântica".

Um quarto de século depois da sua primeira emissão, a fórmula do programa, alega o João Chaves, "não está esgotada". Porque a onda é apelativa de um certo revivalismo, ou a música funciona como um espécie de bálsamo na vida stressante das pessoas? "Os ouvintes dizem que o programa propicia o relaxamento. Admito que sim. Eu tento dar a música que as pessoas gostam de ouvir. Temos um público-alvo a atingir, quadros, estudantes, gente dos 15 aos 55 anos", observa. Em tempo de festejos, a equipa dirigida por João Chaves embarca, hoje e durante seis dias, num cruzeiro pelo Mediterrâneo. Com ele, vão dezenas de ouvintes e convidados. O tempo é de festa e de parabéns. Feitas as contas não é todos os dias que um programa de rádio festeja 25 anos de emissões.

Programa de João Chaves tem milhares na rádio e na web

MANUEL VITORINO / JN, 18/10/2009

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