sábado, 24 de setembro de 2016

Troca de Galhardetes

“Troca de Galhardetes” é um "encontro" de dois profissionais de rádio com o mesmo horário de antena, mas de estações "concorrentes". Cada um aceita o desafio para fazer duas perguntas ao outro e mostrar a sua disponibilidade para responder às questões que lhe colocaram.
 
Assim, para iniciar, o encontro é entre o João Chaves com "Oceano Pacifico" da RFM e a Margarida Pinto Correia com "A Idade da Inocência" da TSF. E aqui segue esta "conversa amigável ":
 
Margarida Pinto Correia: O mesmo produto a embalar as noites anos a fio não o deixa farto, não gostava de variar nas experiências radiofónicas?
 
João Chaves: Fazer este programa ou outro qualquer para mim não faz grande diferença porque eu gosto de rádio, é a minha profissão e a minha paixão.
 
JC: Gostaria de perguntar á Margarida qual a sensação... de fazer o mesmo programa em rádios diferentes
 
MPC: Excelente pergunta. Em verdade o programa “A Idade da Inocência” nasceu na “Rádio Comercial”. Passou depois para a “Central fm” (passagem muito curta em 97) e logo de seguida adormeceu quase cinco anos, deixando a embalar os ouvintes os seus cinco discos de colectâneas.
 
Foi em 2003 que a “TSF” se lembrou do produto e nos desafiou para o vir para lá fazer. A sensação é de verdade: quando temos um programa idealizado por nós (Luis Ferreira de Almeida e eu) e desenhado à nossa medida, é um espelho de nós. Para onde o levemos, é sempre nosso. É como viajarmos, por muito diferente que seja a roupa que usemos, as pessoas com que estamos ou que encontremos, o tipo de viagem que fazemos, dentro dos olhos e do coração somos sempre os mesmos. A única coisa que mudou...foi a verdade do directo.
 
Na “TSF” o programa é gravado com imensa antecedência, por isso já não são peças únicas, e não me dá, de longe, tanto gozo!
 
MPC: Se tivesse um jantar a sós com o Charles Aznavour, de que é que sonhava falar?
 
JC: Jantar com um ídolo como o Charles Aznavour seria um momento único para mim ou para qualquer pessoa que goste de música, talvez gostasse de saber como se sente por ele ser tão importante para a música e a cultura francesa.
 
JC: Sempre ouvi falar no bichinho da rádio, também há o bichinho da televisão? Com qual te identificas mais, com rádio ou televisão?
 
MPC: Existe pois. Mas o da rádio é muito mais profundo, muito mais bonito, muito mais tudo. Quando vou convidada à TV gosto, sinto-me bem, sinto saudades das câmaras. Quando vou convidada à rádio tremo, sufoco, sinto o coração na garganta, é como se reencontrasse sempre um namorado perdido, o melhor de todos. E saio com uma nostalgia...
 
 
Para “Mais Telefonia” é uma honra ter esta conversa de dois excelentes profissionais. Um grande muito obrigado por esta “Troca de Galhardetes”.